quarta-feira, 7 de julho de 2021

⊗ Post em construção ⊗

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domingo, 6 de junho de 2021

Análise do Documentário "Os Loucos Anos 20" (2009)

Otto Dix, 'Großstadt (Metropolis)', 1927-1928, Pintura, Madeira, cinomose, Recurso Artístico

Otto Dix. Metropolis (1928), técnica mista em madeira. 181cm x 402cm.

 
    O documentário de 2009, "Remember 1929, year of the great crash", traduzido para o português como "Os Loucos Anos 20", nos passa uma noção de toda euforia ocorrida nos Estados Unidos nos anos 20, que levou a crise de 1929. Apontando tópicos importantes que contextualizam a criação da bolha e da grande euforia popular, o documentário traça uma linha histórica com fatos e curiosidades de grande relevância para nosso conhecimento. Sendo alguns deles: 

  • O Pós Guerra: Os Estados Unidos entrou no meio do confronto da Primeira Guerra Mundial em 1917, antes disso o país se mostrava neutro, liderado pelo presidente Woodrow Wilson que tinha um ideal "pacifista" contra guerra. Após a saída da Rússia da Tríplice Entente, a ameaça da Alemanha vencer a guerra e os norte-americanos perderem a enorme quantidade de dinheiro emprestada para os Ententes caso eles perdessem o confronto e algumas outras adversidades, o país entra na batalha dando um gás a mais derrotando a Alemanha. Tal vitória que transformou os Estados Unidos no maior exportador do mundo e maior credor para países europeus que buscavam uma reestruturação após a guerra. Tudo isso culminou na transformação dos Estados Unidos em uma das maiores potências mundiais. 

  • A Agitação Americana: "Foi a festa mais duradoura dos tempos modernos", o documentário inicia-se com essa frase, buscando descrever todo o euforismo dos anos 20, sendo considerado como o período de maior festejo dos americanas. A Belle Époque foi interrompida apenas para os europeus, com a grande guerra e todo caos que ela gerou. Para os Estados Unidos, a guerra não foi tão negativa, pois, os americanos foram afetados apenas positivamente, visto que, os confrontos não ocorreram em território americano, não gerando perdas significante. Os Estados Unidos entrou na guerra apoiando a Tríplice Entente, como uma grande fornecedor e saiu da guerra como o maior fornecedor do mundo, alavancando seu desenvolvimento, assim, abrindo espaço para grande euforia econômica, sendo considerado o desenvolvimento mais rápido de uma determinada nação. Contudo, esse desenvolvimento sofreu um grande rebote em forma de crise econômica em 1939, um verdadeiro "pause break" para o desenvolvimento norte-americano.

  • A Lei Seca: O documentário trás a questão do combate a lei seca nos Estados Unidos, onde era proibido fabricar e vender bebidas, mas, não era proibido a compra delas. Desta forma, muitos importavam bebidas de outros lugares e muitos fabricavam clandestinamente, principalmente a máfia que se fortaleceu bastante com esse processo clandestino, se tornando mais poderosa ainda do que já era.

  • O Capitalismo e a Religião: Muitos liberais atrelavam o capitalismo à religião, como o presidente Calvin Coolidge e um pastor mencionado no vídeo precificando personagens da bíblia, tentando encaixava o capitalismo na religião cristã como se fossem uma coisa só. Houve uma tentativa de dar ao capitalismo uma natureza sagrada, igual ao ocorrido com a monarquia.

  • O Enriquecer Norte-Americano com a Guerra: Os Estados Unidos saíram da guerra com 2 milhões de dólares, mas com o passar dos anos, sendo o maior fornecedor econômico para o mundo todo, além de fornecer empréstimos aos europeus que estavam se reestruturando, acumulou cerca de 12 milhões de dólares na praça.

  • O Triunfo da Urbanização e da Industrialização: Houve uma grande expansão das cidades, exploração da natureza para extração de matérias-primas para as industrias, estas que tiveram um crescimento exponencial. As cidades se tornaram movimentados centros comerciais, de modo que, chegavam grande quantidade de imigrantes para trabalhar nos Estados Unidos como uma mão-de-obra barata. 

  • O Fordismo: Com os Estados Unidos se tornando uma enorme potência industrial e sendo um exemplo do grande processo de urbanização, houve o crescimento das indústrias, principalmente a automobilística. Muitos empresários cresceram bastante, sendo o maior deles Henry Ford, que desenvolvia motores e automóveis. Com a  criação da linha de produção em massa, a produção de automóveis se tornou mais rápida e mais barata, consequentemente, reduzindo o preço dos carros, tanto que em 1928, existia 9 automóveis para cada 10 família. Impactado pelo crescimento das industrias automobilísticas, houve um crescente número na construção de estradas de asfalto e postos de gasolina. 

  • Ascenção Popular e o Consumismo: O salário dos norte-americanos aumentaram e, consequentemente, o poder de compra. Além disso, houve a invenção do pagamento em parcelas, o crediário, onde, a maioria dos americanos podiam usar para comprar os novos itens tecnológicos que surgiam, como a máquina de lavar, a geladeira, e o carro, em que a maioria deles eram comprados no crediário. Só no ano de 1925, 11 milhões de rádios foram vendidos, chegando até a serem mais caros que os carros. Tais itens que deixaram de ser coisas apenas da elite.

  • Democratização da Música e da Informação: Muitas pessoas tiveram acesso aos rádios, que traziam notícias, informações e música. Além da democratização do gramofone, comparado anteriormente com os MP3 e hoje em dia com os serviços de streaming de músicas, ele trouxe a possibilidade de se ouvir músicas portátil e instantaneamente.
     
  • As Melindrosas e a Liberalidade dos Costumes: Mulheres jovens, liberais e adeptas da liberalização das roupas femininas, promoveram a mudança da moda da época, onde, as roupas maiores, mais sofisticadas e pesadas deixaram de ser comuns, sendo adotado roupas menores, mais leves e mais curtas. Além das roupas curtas, cortavam seus cabelos bem curtos, tinham um amor pelo Jazz e frequentavam festas agitadas que duravam a noite inteira com seus parceiros. Essa liberalidade dos costumes, toda curtição e festas daquela geração, foi visto pelos conservadores da época como uma depravação aos bons costumes, chamando-os de "geração perdida", erroneamente, visto que, aquela foi uma das gerações mais criativas e talentosas dos Estados Unidos.

  • O Atraso Sulista e a Segregação Racial: No sul dos Estados Unidos, havia grande profundidade da questão da segregação racial, onde o preconceito racial era bem intenso, esse preconceito que acabou sendo uma causa do atraso de seu progresso, pois, grandes mentes brilhantes da época, que podiam colaborar incrivelmente bem com a sociedade americana, eram barradas, simplesmente por serem pretos. Naquela época existiam banheiros, assentos, bebedouros separados para negros e para brancos, sem mencionar o ridículo "blackface" que acontecia frequentemente em apresentações artísticas, com o intuito de ridicularizar as pessoas negras com estereótipos e piadas racista.

  • A Ku Klux Klan (KKK): Grupo de racistas radicais que marchavam pelas ruas e pregavam um discurso de ódio contra judeus, estrangeiros e principalmente contra os negros. Suas ações eram banalizada, ou seja, era "legal" discriminar de forma mortal negros e estrangeiros.

  • A Ascensão de Astros e a Espetacularização de Talentos: Com o surgimento do cinema e seu estrondoso sucesso, muitos estúdios notaram a enorme capacidade que os astros e as estrelas cinematográficas tinham de atrair o amor do público e influencia-los. Além dos astros e estrelas de cinema, os aviadores e aviadoras também eram muito "endeusados" por todos, de modo que, seus feitos na aviação eram comemorados por uma multidão de pessoas. No mesmo nível,  esportistas e as rainhas da beleza também tinham uma grande adoração do público. Frequente foi a questão de primar um indivíduo mediante seu talento, classificando-o como astros, estrelas, celebridades etc.

  • O Endividamento da Sociedade e a Bolsa de Valores: Bancos e agências emprestavam dinheiro sem muitos critérios para qualquer pessoa, na época, quase todo mundo se encontrava endividado, consequente das compras com pagamentos em parcelas. Com a ascensão do mercado de investimentos e com a possibilidade de qualquer um comprar ações, muitas pessoas começaram investir na bolsa de valores de Wall Street, sem saberem muito bem em que estavam mexendo.

  • A Ilusão da Prosperidade Inquebrável: Com a enorme ascensão da economia dos Estados Unidos e da prosperidade financeira dos norte-americanos, muitos tinham a ilusória ideia de que aquela euforia econômica nunca iria ter fim. Entretanto, por trás disso tudo tinha o crescimento de diversas dividas com crédito instantâneo e a falta de regularização da bolsa de valores que estava ocorrendo fora de controle.
  • A Exaltação dos Arranha-Céus: A construção de prédios exorbitantes de enormes eram exaltados como o verdadeiro símbolo do capitalismo dos loucos anos 20, estando ali para mostrar a materialização da capacidade ilimitada do capitalismo, o próprio nome já dizia muito: “Arranha-Céu = Arranhar o Céu”.

  • O Crash da Bolsa: No dia 24 de outubro de 1929, uma quinta-feira, a bolsa de valores de Nova Iorque quebrou, a bolha tinha estourado. Praticamente todos os corretores começaram a vender suas ações, abaixando muito o valor delas, dessa forma, o mercado financeiro perdeu cerca de 4 bilhões de dólares apenas nesse dia. Os bancos que tinham emprestado dinheiro para esses corretores começaram a cobrar, eles então cobraram os investidores, estes que venderam suas ações a qualquer preço e todos que tinham dinheiro em bancos correram para retira-los de lá com medo de que aquela quantia sumisse. Sem receber o valor que foi emprestado, muitos bancos faliram e fecharam as portas; sem ter como pagar as dívidas com os bancos, muitos comerciantes e corretoras também faliram fechando seus comércios e empresas deixando uma enorme quantidade de pessoas desempregadas. Desta forma, muitos pais de família ficaram sem ter como levar o sustento para suas famílias, ocasionando num pico de pobreza na sociedade norte-americana. Muitas famílias também perderam suas casas com a crise de 1929, pois, hipotecaram suas casas e com a crise sem terem como pagar suas dívidas, o banco desalojou essas pessoas pegando suas casas como forma de pagamento. As Hoovervilles (favelas norte-americanas), as filas do sopão, os concursos de dança tendo como premio direito a refeições, esses e outros foram característico da difusão da miséria entre estes cidadãos norte-americanos.

  • Os Impactos do Crash no Restante do Mundo: Muitos bancos que tinham emprestado dinheiro para países europeus que estavam em processo de reestruturação, solicitaram de volta tal dinheiro. Essa cobrança gerou uma crise no exterior, mas muitos bancos não conseguiram recuperar um valor que desse para ajudar em sua recuperação.

  • Algumas Consequências: Em 1932, 9 mil bancos fecharam as portas; 100 mil empresas faliram; houve um retração de 50% do PIB entre 1929 e 1932; o desemprego aumento de 3% para 25%; a violência cresceu nas cidades americanas, muitos exigindo auxilio dos governantes, alguns desses protestos protagonizados por militares que exigiam os benefícios do consequente das suas participações na Grande Guerra; entre muitas outras.
     
  • A Eleição de Roosevelt e o Plano Contra a Crise: Em 1933, o eleitorado elegeu Franklin Delano Roosevelt como presidente dos Estados Unidos, este que teve como primeira atitude controlar o sistema bancário que estava fora de controle, deixando em funcionamento apenas os bancos que souberam gerenciar suas contas e ainda possuíam muito dinheiro. E já em março do mesmo ano, Roosevelt em um comunicado informou que todos os bancos já estavam em condição de funcionarem plenamente e na semana seguinte, foi depositado nos bancos mais dinheiro do que a quantidade que foi retirada com a Crise de 1929, era o fim da crise bancária. Roosevelt elaborou um plano econômico que buscava gradualmente vencer todo o fantasma da crise que ainda assolava os Estados Unidos, o New Deal. Com sua personalidade forte,  Roosevelt conseguiu cativar a esperança do povo americano na recuperação do país.

terça-feira, 1 de junho de 2021

A Crise de 1929

Thomas Hart Benton. America Today – Instruments of Power (1931), painel pintado à óleo. 233,7cm x 406,4cm.

    A Crise de 1929, também conhecida como A Grande Depressão, foi um forte colapso econômico que, devido a integração do sistema capitalista, atingiu inicialmente o capitalismo americano e, consequentemente, o mundial. Gerou um caos tremendo nos Estados Unidos e em muitos outros países, impactando em diversos problemas econômicos e sociais para a população mundial, onde, fora os Estados Unidos, o maior atingido foi a Alemanha. Não trata-se apenas como algo marcante só da história norte-americana, mas também da história global, mediante seus impactos. A crise começou a partir de outubro de 1929, se estendeu até o ano de 1932 e foi se esfriando verdadeiramente até o ano de 1939.

- Os Ciclos Suaves.

    Antes da Primeira Guerra Mundial, o mundo dos negócios estava acostumado com ciclos suaves. Os países capitalistas, incontestavelmente, sempre sofrem ciclos de subida e de descida em suas economias, onde, nenhuma apresenta linearidade em seu desenvolvimento, ou seja, há períodos de crise e períodos de desenvolvimento. Na época dos ciclos suaves ocorreram poucas crises ou quase nenhuma e quando ocorria, não tinham grandes e longos efeitos, sumiam rapidamente, isto, devido o nível de desenvolvimento das economias terem sido inferior comparado ao nível pós Belle Epoque e Revolução Industrial, de modo que, após esses períodos o mundo se desenvolveu cada vez mais e cada vez mais rápido, assim, as crises se tornaram mais severas. 
    Por sempre estarem com suas economias nos ciclos suaves, praticamente nenhum governo usava mecanismo de controle da inflação, desta forma, o estouro da bolha de 1929 pegou muita gente desprevenida.

- O Contexto Alemão.

    Retornando ao colapso mundial que a Grande Guerra provocou, afetando duramente a economia dos países europeus, onde, a Alemanha foi a mais afetada mediante o Tratado de Versalhes, esta, que saiu da Primeira Guerra derrotada e ainda teve que custear todos os prejuízos, de modo que, no ano de 1923, um dólar americano valia em torno de um bilhão de mequéns alemãs. Como estava em uma crise profunda e com sua moeda valendo quase nada, alguns países se solidarizaram para reestruturar o mercado alemão, emprestando dinheiro aos alemães para que sua economia voltasse a funcionar minimamente. A situação degradante da Alemanha, que estava tentando se recuperar de um duro golpe, tomou uma rasteira enorme com a crise de 1929, pois, os banqueiros americanos começaram a solicitar a repatriação de todo dinheiro emprestado, o que quebrou mais ainda a Alemanha. Em meio a essa situação complicada que a Alemanha estava mergulhada acabou dando forças e impulso ao terrível nazismo, visto que, todos os alemães estavam profundamente quebrados e por esta razão, grande parte do povo alemão acabou abraçou o nazismo.

Obs.: Embora estivesse lutando contra a Alemanha na Grande Guerra, o auxílio dado pelos Estados Unidos em sua reestruturação, poderia até ter um quê humanitário, mas por trás tinha também o interesse em criar laços com os alemães, visto que ainda eram uma potência mundial.

- O Isolamento Russo.

    Em 1924, algumas coisas começaram a mudar na Europa, com a criação da União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS), antes Império Russo. A partir desse ano, algumas coisas coisas que os revolucionários da Revolução Russa de 1917 queriam começaram a acontecer, como por exemplo: a extinção do império russo e a transformação da Rússia em uma super potência mundial.
    A crise de 1929 não gerou nenhum impacto na União Soviética, pois, diferente dos outros países, ela não estava integrada ao restante da economia capitalista mundial, visto que foi isolada desde 1924 pela diplomacia das grandes potencias, esta, que tinha como proposito combater o "perigo vermelho" (comunismo), o qual seria a possibilidade da mesma revolução que ocorreu na Rússia se replicar em outros países. Adotaram então uma politica que ficou conhecida como: ”A política do cordão sanitário”, que isolava a Rússia dos demais países, onde, suas interações com o restante do mundo só foram reestabelecidas após a Segunda Guerra Mundial. Sem nenhuma interação econômica com nenhum outro país, a URSS não sofreu interação nenhuma da crise, totalmente o oposto, lá na Rússia estavam vivendo uma economia completamente diferente da do restante do mundo.
    Por serem uma nação de grande território, a União Soviética se autossustentável no quesito serviços básicos, não precisavam de nenhum pais de fora. Além disso, o seu próprio tipo de regime, que permitia uma exploração da força de trabalho de forma extensiva, mantia sua economia funcionando bem. Lá era crime não trabalhar, sem mencionar os benefícios estatais que os trabalhadores mais produtivos recebiam, o Stankhanovismo (movimento soviético, criado pelo mineiro Alexei Stakhanov, que defendia o aumento da produtividade operária com base na própria força de vontade dos trabalhadores). Ou seja, por ser obrigatório trabalhar e pelo incentivo do trabalho, havia grande produção e desenvolvimento da URSS, por meio da força de trabalho, além de que, os dividendos desse trabalho voltavam aos trabalhadores numa intensidade maior do que no mundo capitalista afora. Consequentemente ao aumento da força de trabalho, houve o crescimento da produtividade da união soviética, tornando-a em uma super potência mundial.

- Os Eufóricos Anos 20.

    Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a condição dos países europeus caiu em declínio mediante suas perdas e gastos com a guerra, praticamente todos entraram em processo de reestruturação. Muitos passaram da condição de exportadores para importadores e o país que mais estava em condição de exportar no momento era os Estados Unidos, visto que, sua indústria não foi negativamente afetada, pois não houve confronto no território americano, além dos ganhos que obteve com os investimentos enviando equipamentos e comida para os países vencedores da guerra, acumulando cerca de 2 milhões de dólares, o que na época era muita coisa. A produção total norte-americana aumentou em mais de 50%, se tornando o país responsável pela produção de 42% de todas as mercadorias feitas no mundo, além de ser o país que mais emprestava dinheiro para as nações europeias, que estavam em processo de reconstrução.
   Houve um rápido crescimento da economia americana após a guerra, assumindo o posto de maior economia mundial da época, assim, a década de 1920 foi um período de grande euforia econômica e popular, ficando conhecido como "Roaring Twenties", traduzindo para o português,  Os Loucos Anos 20. Esse momento da história americana ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, trazendo o "American way of life", o estilo de vida americano, de forma que, essa euforia econômica refletiu também na população a partir de um consumismo acelerado, levando as pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos, como o rádio, de maneira desenfreada. Esse consumismo exacerbado, em sua maior parte foi devido a expansão do crédito que aconteceu no país sem nenhum tipo de regulação do estado, ou seja, muitas pessoas podiam pegar dinheiro emprestado com os bancos e gastarem e aplicarem onde bem entendessem, muitas ficando ricas do dia para a noite. Com isso, todo tipo de pessoa começou a investir na bolsa de valores, a maioria, sem terem conhecimento algum, cativando a especulação monetária, pois, essas pessoas compravam ações na intenção de que estas se valorizassem para depois revendê-las. Esse processo fazia com que os valores das ações aumentassem, devido o grande número de compradores e criava uma falsa sensação de prosperidade, ocasionando na criação da bolha, que muitos não viram mas que estava preste a estourar. 
   
- O Afogamento Norte-Americano.

    A explicação clássica da crise de 1929, parte inicialmente do crescimento de produção nos Estados Unidos, consequente do crescimento de sua economia após o fim da Grande Guerra, mas, esse crescimento produtivo foi descompassado com a capacidade de consumo, ocasionando na grande bolha que estourou no ano de 29.
    Mediante o estado durante a guerra e o pôs guerra, como auxiliador na reestruturação dos países por meio das exportações, os Estados Unidos obteve um grande crescimento em várias áreas da sua economia, só que esse crescimento industrial foi muito mais acelerado que o crescimento de consumo, do consumo também dos países que exportavam dos Estados Unidos, basicamente, eram tantas coisas sendo produzidas e a certo preço, que muitos países optavam em não exportar essas compras, alguns consideradas até irrelevantes para eles. Esse "boom" descompassado, considerado também uma das causas da crise de 1929, teve como causa a falta de fiscalização e regulamentação do setor econômico e produtivo.
    Além dessa falta de regulamentação, onde, muitas pessoas que não sabiam como a bolsa funcionava pegavam dinheiro emprestado do mercado financeiro e compravam ações, além disso, havia também muitas empresas fantasmas que colocavam seus valores na bolsa, tais valores que na verdade não existiam, não valiam o que diziam que valia e muitas pessoas acabavam comprando as ações dessas empresas. Com a falta de regulamentação, tais pessoas que colocavam os "papeis podres", as falsas ações na bolsa, pegavam o dinheiro investido neles e investiam em coisas reais, como em ouro, terras, imóveis e etc.
    Com o estourar da bolha e a exposição da real condição da economia americana, milhares de pessoas venderam suas ações no dia 24 de outubro de 1929, tal dia que ficou conhecido como Quinta-feira Negra, onde, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda, deixando o mercado financeiro em pânico. Essa situação se estendeu por dias tendo seu ápice na segunda, dia 28. Como consequência imediata, o valor das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram, quebrando a economia dos Estados Unidos.

- As Consequências e a Tentativa de Estabilização com o New Deal.

    A ciranda de irregularidades, que foi destruindo a economia americana aos pouso pela falta de uma fiscalização que regulasse as atividades econômicas e a inflação, atrelada à falta de estratégia de produção que proporcionasse um controle de produção, que visasse produzir apenas o que o mercado poderia absorver, ocasionou em diversos problemas para os Estados Unidos e para o mundo. Entre eles:
  • O PIB dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%;

  • A taxa de desemprego que antes era 4%, alcançou 27%;

  • A taxa de importações caíram 70% e a de exportações caíram 50%;

  • A produção industrial caiu cerca de 1/3, sendo reduzida a taxa de produção de automóveis em 50%;

  • Milhares de empresas e bancos faliram;

  • Milhares de pessoas perderam instantaneamente seus patrimônios, visto que muitos deles estavam atrelados ao valor especulativo da bolsa e que desapareceram com a quebra da mesma.

  • A economia de diversos países em torno do mundo também entrou em queda, e a taxa de desemprego disparou mundo afora. Sendo os países europeus os mais atingidos, mediante o fim da Grande Guerra.

  • Com essa crise assolando majoritariamente a Europa, houve o impulsionamento dos fascismo e os ideais de extrema-direita na política europeia durante a década de 1930.

    O período mais crítico foi do ano de 1929 a 1933, após esses anos, os efeitos da crise foram enfraquecendo, principalmente por causa da intervenção do Estado americano na economia com a criação do New Deal (Novo Acordo), que se tratou de um plano econômico criado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt e alguns economista, que buscou uma recuperação econômica segura e gradual controlando o progresso econômico dos Estados Unidos.
    Mesmo com a crise, as economias cresceram após ela, mas, não cresceram no mesmo volume que caíram, desta forma, muitos países demoraram de repor o que foi perdido, cada um tentava resolver seus problemas em particular, gerando uma estagnação da globalização e promovendo o retorno do protecionismo econômico. 

    Contudo, a economia americana teve sinais, durante os anos XX, de que todo aquele êxtase econômico e prosperidade financeira, uma hora viria abaixo, 1929, foi só o estouro disso tudo. Ou seja, a ganância acabou cegando os americanos da possibilidade de seu grande castelos de cartas ser derrubados com um simples arremesso de uma bola de papel, que poderia ter sido evitado.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

A Semana da Arte Moderna de 1922 e o Modernismo no Brasil

Tarsila do Amaral. Abaporu (1928), óleo sobre tela. 85cm x 72cm.

- A Semana da Arte Moderna (1922).

    Foi a primeira manifestação artístico-cultural do nosso país a favor de um novo e moderno espírito cultural, artístico e histórico que fosse em oposição ao conservadorismo da época. Ela é de enorme importância para a história brasileira, pois, agiu como um sintoma da crise da Republica Oligárquica, surgindo por intermédio de artistas e intelectuais que buscavam provocar o questionamento de "O que o Brasil era?" e "O que o Brasil deveria ser?". Este evento quebrou algumas concepções antigas, questionando os padrões antigos, padrões esses contidos também na politica da época, que até o período era bem tradicional.
    A Semana da Arte Moderna teve como algumas características e contribuições para o nosso país: Ausência de formalismo; Crítica ao modelo parnasiano; Influência das vanguardas artísticas europeias com o o cubismo, dadaísmo, expressionismo, surrealismo e futurismo; Fusão de influências externas aos elementos brasileiros; Liberdade de expressão; Aproximação da linguagem oral, com utilização da linguagem coloquial e vulgar; Tornou-se um indicativo de que certas transformações estavam por ir; Houve uma renovação cultural permanente no Brasil; Integrou-se ao grupo das grandes correntes artísticas mundiais; Trouxe uma nova identidade cultural brasileira genuína; Deu ênfase no estudo do folclore e das tradições indígenas e africanas; Propôs uma revisão acerca das representações históricas sobre o Brasil;  Atenuou a importância do regionalismo trazendo temáticas nacionalistas e cotidianas; entre outros.
    Alguns exemplos de artistas que participaram do movimento:

  • Pintores: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Ferrignac, Vincent do Rego, entre outros.

  • Escultores: Victor Brecheret, Hildergado Velloso, Wilhelm, entre outros.

  • Arquitetos: Antônio Garcia Moya, Georg Przyrembel, entre outros.

  • Poetas e literatos: Graça Aranha, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Tácito de Almeida, Manuel Bandeira, entre muitos outros.

  • Músicos:  Villa-Lobos, Guiomar Novaes e Ernani Braga.  


    A partir da Semana da Arte Moderna, o Modernismo começou a se desenvolver no Brasil, apresentando três fases. 

- Primeira Fase, A Fase da Destruição (1922-1930).

    Iniciada com a Semana da Arte Moderna, em fevereiro de 1922,  vêm com a proposta da libertação cultural por meio da destruição dos velhos tabus do conservadorismo, presente em nossa arte e cultura até o momento. Focando na busca de uma renovação cultural brasileira, apresentou os ideais da liberdade e do nacionalismo crítico, sendo características importantes das produções artísticas do período.
    Teve como algumas caraterísticas:

  • Releitura crítica dos símbolos da nacionalidade;

  • Liberdade de criação;
     
  • Antiacademicismo;
     
  • Uso da Ironia;
     
  • Aproximação entre fala e escrita;
     
  • Releitura do passado histórico;
     
  • Abordagens regionalistas;

    Como principais autores e obras temos:
  • Oswald de Andrade, com Memórias Sentimentais de João Miramar (1924), Pau-brasil (1925); 

  • Mario de Andrade, com Macunaíma (1928); 

  • Manuel Bandeira, com Libertinagem (1930);

- Segunda Fase,  A Consolidação do Modernismo (1930-1945).

    Após consolidada a ideia de uma cultura nacional e de uma estrutura modernista, a segunda fase do modernismo focou mais nos temas relacionados às crises contemporâneas, como por exemplo:
  • A existência do ser humano no mundo;

  • A angústia inerente à condição humana,

  • A vida cotidiana e seus problemas;

  • A miséria agrária

  • A incompetência dos órgãos políticos.

    Como Principais autores e obras temos:
  • Carlos Drummond de Andrade, com Alguma Poesia (1930) e A Rosa do Povo (1945);

  • Vinicius de  Morais, com Novos Poemas (1938);

  • Cecília Meireles, com Poemas Negros (1947);

  • Rachel de Queiroz, com O Quinze (1930);

  • Graciliano Ramos. com Vidas Secas (1938);

  • Jorge Amado, com Capitães da Areia (1937), Mar morto (1936), Gabriela, cravo e canela (1958), Dona Flor e seus dois maridos (1966).

- Terceira Fase,  A Geração de 45 (1945-1960): 

    Surge após o final da Segunda Guerra Mundial e do fim do Estado Novo de Getúlio Vargas, focando mais na metafísica e no hermetismo. Como características temos:
  • A volta do rigor formal;

  • Uma valorização da construção dos poemas e a preocupação com a materialidade (ritmo e espaço);

  • Ampliação da capacidade de significação dos textos;

  • Abordagem de temas sociais, morais e políticos.

    Basicamente, os maiores temas abordados pela arte da terceira fase modernista foram:
  • Os questionamentos místicos, metafísicos,  a essência do ser e do mundo;

  • A angústia diária e existencial;

  • Os males trazidos pelos destroços da guerra;

  • A busca pela resposta de algumas perguntas como "O que fazer?" "Qual é a essência humana diante de tantas falhas da cultura e da civilização?" e "Onde está Deus?".

    Tendo como principais autores: 
  • João Cabral de Melo Neto, com Morte e Vida Severina (1955);

  • Clarice Lispector, com A Hora da Estrela (1977);

  • João Guimarães Rosa, com Grande Sertão: Veredas (1956);

    Dentro da primeira fase do modernismo no Brasil tivemos alguns manifestos nacionalistas interessantes e que merecem ser destacados, pela importância histórica.  

- Manifesto Pau-Brasil (1924).

    Publicado em 18 de março de 1924, esse manifesto tendia um pouco para a esquerda política e apresentou uma proposta de vincular a nossa literatura à verdadeira realidade brasileira e às características culturais do povo brasileiro, tendo como objetivo, causar um sentimento nacionalista e uma retomada de consciência nacional. Não se negava totalmente a integração de outras culturas exteriores, mas sim defendia a autonomia da arte brasileira como foco principal, no sentido, de que a poesia nacional deveria ser natural, “caipira” e identitária.

- Manifesto Verde-Amarelismo (1926).

    Politicamente, era o movimento mais a direita possível, surgiu como resposta ao movimento do Pau-Brasil, em 1926. Pregava um nacionalismo ufanista, onde, o principal objetivo era o de estabelecer um nacionalismo puro, primitivo e sem qualquer tipo de influência exterior. Uma parte desse movimento se transformou no "Grupo da Anta", que representava a proposta de um nacionalismo primitivo, de modo que o animal "anta" fosse escolhido como símbolo nacional e a vangloria da língua Tupi. Alguns dos simpatizantes do Movimento Verde-Amarelo fundaram e alimentaram o movimento integralista brasileiro na década de 30. 

- Manifesto Antropofágico (1928).

    De posição política mais a esquerda possível. Em resposta ao Manifesto Verde-Amarelo, surge da radicalização do primitivismo do movimento do Pau-Brasil, acreditando que deviam "comer outras culturas e se apropriarem dela", com o quadro Abaporu de Tarsila do Amaral, em que seu nome significa "homem que come". Apresentava uma atitude brasileira de devorar as cultura europeias, mastigando todas as suas influências para que as incorporemos de maneira próspera, no intuito de superar essas civilizações. Devido seu nome chamativo, foi o manifesto  que mais ficou marcado.


A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

William Barnes Wollen2ª Batalla de Ypres - Frezenberg (1915), óleo sobre tela.

    A Grande Guerra, enorme confronto ocorrido no território europeu entre as principais potências mundiais da época, foi um marcante evento para a história da humanidade, marcante por seus confrontos, pelas revoluções e inovações, pelos desastres ocorridos, pelas mortes, mas, principalmente, foi marcante por mostrar o quão egoísta e imbecil a raça humana pode ser, a ponto de guerrearem entre si causando milhões de mortes. Surgiu com o pensamento coletivo de que seria a guerra que iria extinguir todas as guerras, obviamente, tal pensamento de forma forma burra e inconsequente. Também conhecida como "Primeira Guerra Mundial", tal termo “guerra mundial” que é errôneo, visto que, a mesma não afetou todos os continentes do mundo, diferente da Segunda Guerra Mundial. 

- O Contexto Pré Guerra.

Antes de todo o confronto da guerra, precisamos pontuar o contexto que a Europa passava antes de cair no mar de caos.

  • A Belle Epoque (1871-1914): Foi o período em que as grandes potências da Europa não se entraram em alguma guerra entre eles. A burguesia viveu sua época de maior auge, graças à expansão do capitalismo imperialista e à exploração imposta ao proletariado.

  • O período anterior a guerra foi caracterizado por uma grande disputa política e pela intensa corrida armamentista.

  • A Rivalidade Anglo-Alemã: No inicio do século XX havia uma certa disputa industrial e comercial entre países europeus, principalmente na briga pelos mercados consumidores, com foco nas disputas entre Inglaterra e Alemanha.

  • A Rivalidade Franco-Alemã: A França nutria um forte sentimento de revanchismo contra a Alemanha, devido sua derrota humilhante sofrida na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) e desejava recuperar a região que havia perdida para os alemães naquele conflito.

  • A Rivalidade Austro-Russo: Tal se deu por que a Rússia tinha o interesse de dominar o império Turco–Otomano.

  • O Movimento Nacionalista Pan-Eslavismo: Foi um movimento político e sociocultural, que buscou unir os povos eslavos da Europa Oriental. Liderado pela Rússia, começando com um despertar nacional entre os eslovacos, crosãs, tchecos, eslovenos, polacos e sérvios, de modo que desenvolvesse neles o sentimento de nacionalidade única e de irmandade entre todos os eslavos. Esse movimento não foi muito adiante.

  • O Movimento Nacionalista Pan-Germanismo: Foi um movimento político nacionalista, que buscou unir os povos germânicos da Europa Central. Ganhou grande força com o sentimento nacionalista alemão, e logo depois com a unificação da Alemanha no Império Alemão liderado pelo Reino da Prússia. Pregou a completa anexação de todos os povos germânicos, germânicos esses que sofriam discriminações nos países vizinhos, como nas regiões tcheco-eslovacas, da Rússia, Polônia Central e Oriental e Países Bálticos. O pangermanismo foi carregado até os nazistas com a ideia de juntar uma grande Germânia.

 - Os Países.

    No geral, os países que tiveram grande participação na Grande Guerra foram: França, Reino Unido, Império Russo, Estados Unidos, Império Otomano, Império Austro-Húngaro e o Império Alemão. Têm-se a necessidade de pontuar alguns deles e as alianças que surgiram.

  • O Reino Unido (Império Britânico): Dominava cerca de 1/3 (um terço) da superfície terrestre em domínio direto e indireto (colônias), era a grande potência mundial mundial da época e disputava com a Alemanha na questão comercial.

  • O Império Alemão: Foi um estado nacional formado em 1871, tardiamente em comparação aos outros. Sua formação já havia começado em 1850 com a união alfandegaria dos reinos germânicos como a Alemanha e a Prússia. Com o intuito de se tornar uma potência econômica, o Império Alemão começa a demonstrar seu poderio militar enfrentando e vencendo algumas nações vizinhas, como a Dinamarca e até a França, em 1871, diante a Guerra Franco-Prussiana. Tal vitória, em menos de um ano sobre a França, uma das nações mais tradicionais da Europa, balançou o equilíbrio de forças do continente europeu, gerando alguns efeitos como: A paz armada, também conhecida como Belle Epoque, foi o período entre a Guerra Franco-Prussiana e a Grande Guerra em que não aconteceu nenhum confronto no continente europeu, sendo esse o maior período de calmaria da historia da Europa, entretanto, nesse período os países passaram o tempo se dedicando a melhorar suas forças armadas, a Alemanha para se tornar um potência militar e os outros países para caso viessem a enfrentar a Alemanha, não acontecesse o mesmo que aconteceu com a França. Foi também o período que ocorreu as primeiras conferencias internacionais com o objetivo de limitar a velocidade da corrida armamentista e estabelecer regras de civilidade em um possível confronto. Concluímos então que, a Alemanha surge para colocar o jogo em outro patamar, elevando a níveis de poder das potencias as quais buscavam não passar pelas mesmas perdas econômica, de poder e de território que a França passou.

  • O Império Turco-Otomano: Descrito como “um cadáver arrastado pela Europa” por Dostoiévski, era visto por cima como uma nação uniforme, mas que por debaixo escondia mais de 100 nacionalidades, essas nacionalidades se tratava de povos que queriam construir estados nacionais e sair debaixo de entidades politicas artificiais, as quais não tinham identidade. Era dominado por turcos, que eram a maioria majoritária. O principio nacionalista, exportado para a Europa pelos franceses na Revolução Francesa, alimentou as identidades nacionais de povos pequenos do Império Turco-Otomano que queriam se tornar nações. Acabou entrando na guerra do lado dos alemães, após a guerra e a derrota ele é desmembrado originando novas nações. Basicamente, entrou de modo surpresa na guerra, com um problema que ele não podia resolver, o que resultou em sua queda.

  • A Sérvia:  Anteriormente se tratava de um domínio do Império Austro-húngaro, mesmo sendo eslavos e o Império Austro-húngaro dominado por germânicos.


- As Alianças.

    Inicialmente, após a unificação da Alemanha com a Prússia, o primeiro ministro Bismarck, buscou iniciar uma política de alianças com as potências europeias da época, como foi usa aliança com os impérios Austro-húngaro e Russo, mas acabou sendo abandonada em 1890.   
    O imperador alemão, Guilherme II (1888-1918), buscou uma política militarista que acabou reduzindo as relações com a Rússia e a Grã-Bretanha, a Rússia se irritou com o estreitamento da aliança entre Alemanha e o Império Austro-Húngaro, a Grã-Bretanha, que já estava de certa forma prejudicada com a concorrência industrial e comercial da Alemanha, se revoltou com alguns planos comerciais do Kaiser alemão.
    Como consequência desses acontecimentos e da demonstração da grande força militar alemã, franceses e ingleses, que viviam frequentemente se enfrentando, decidem fazer uma aliança caso fosse necessário guerrear contra os alemães e convidaram a Rússia para fazer parte, formando então a Tríplice Entente, pois sabiam que individualmente eles não eram capazes de bater na Alemanha. Do outro lado, a Alemanha também formou suas aliança, a Tríplice Aliança, pois não queria lutar só contra todo mundo, se juntando com o Império Austro-Húngaro e a Itália (que ate o momento não sabia os caminhos que iria tomar e viria a mudar de lado) e futuramente com o Império Otomano. 

- A Centelha da Guerra.

    O caos todo se inicia da seguinte forma: o estopim vêm com o assassinato do Arquiduque do Império Austro-Húngaro, por um eslavo, o príncipe herdeiro que estava em visita diplomática à Bósnia, foi assassinado por um terrorista sérvio do grupo “mão negra”. Os austro-húngaros solicitaram o controle das investigações, pois suspeitavam que o governo sérvio estava envolvido, só que, a Sérvia não aceito tal solicitação, pois na verdade, o Império Austro-Húngaro, que tinha domínio anterior sobre a Sérvia, com o assassinato do príncipe herdeiro queria controlar as investigações para punir os sérvios e traze-los de novo aos seus domínios. Então em 28 de julho de 1914, o Império Austro-Húngaros declarou guerra à Sérvia, esta que comunica a Rússia, devido alianças pan-eslavista, solicitando suporte, a Alemanha em aliança com os austro-húngaros declara guerra ao Império Russo no dia 1° de agosto e contra a França no dia 3 de agosto.  Já na madrugada do dia 4 de agosto, os alemãs invadem a militarmente fraca Bélgica (até então, neutra no conflito) com o intuito de surpreender a França, o Reino Unido então surpreso com toda a situação declara guerra à Alemanha. E assim o caos foi instaurado na Europa, tudo isso como uma centelha que incendiou toda tensão que havia sendo acumulada entre essas nações, a paz armada, os rancores entre França e Alemanha desde 1871 e alguns outros fatores culminaram na explosão que foi a Grande Guerra, de modo que, o assassinato ao arquiduque foi apenas o gatilho.

- O Incêndio da Guerra.

    Inicialmente, o plano da Alemanha era de uma guerra em duas frentes, a Frente Ocidental contra a França e a Frente Oriental contra a Rússia, mas com foco maior na Ocidental esperando derrotar os franceses toda a força seria redirecionada para batalha contra os russos. De agosto até novembro de 1914, os alemães ocuparam quase toda a Bélgica e o norte da França. Mas não conseguiram tomar Paris nem dominar a costa francesa no Canal da Mancha. De novembro de 1914 até março de 1918, a guerra ocorreu a base de trincheiras, de modo que, durante quase dois anos e meio, as linhas de combate estabilizaram e os exércitos procuraram abrigar-se em um sistema de trincheiras, onde vivam ali por muito tempo, enfrentando todo tipo de adversidade. 
    A guerra não chegou a ser mundial, mas, ocorreram enfrentamentos em vários lugares do mundo.
  • Frentes Ocidentais: Fronteiras entre a Bélgica, França e Alemanha.

  • Frentes Orientais: Nas fronteiras da Rússia com a Alemanha e o Império Austro-Húngaro, com o rolo compressor russo, o maior exército do mundo, que até obteve algumas vitórias, mas depois teve que recuar diante dos alemães e austro-húngaros, pois era uma exercito  mal armado, mal organizado e mal comandado.

  • Frente dos Balcãs: Forças da Sérvia, Romênia e Grécia com apoio da Tríplice Entente enfrentaram  o Império Austro-Húngaro, Império Turco-Otomano e a Bulgária.
  • Frente do Oriente Médio: Turcos e ingleses se enfrentaram na Sérvia, Arábia e Palestina.

  • Frentes no Continente Africanos: Colônias alemãs na África e pacifico, invadidas por ingleses, japoneses e seus aliados com a intenção de atacar o lugar onde a Alemanha tirava matéria prima, com o intuito de enfraquecer os alemães.

  • Frente Marítima: No atlântico e no Mediterrâneo.

    A Itália somente entrou na guerra, em 1915, e contra a Tríplice Aliança, porque o Reino Unido e a França lhe prometeram que ganhariam algumas colônias alemãs na África, mas isso não foi cumprido.

- O Ano de 1917.

    Foi um ano marcante no período da guerra, visto que grandes transformações ocorreram. Em março de 1917, iniciou-se a Revolução Russa, o czar Nicolau II foi derrubado, a monarquia na Rússia também foi derrubada, mas não extinguida, estabeleceu-se um regime liberal democrático, mas que de certa forma não atendia as reivindicações do processo revolucionário. Até que, em outubro de 1917, ocorre outra revolução, essa, capitaneada por grupos de esquerda que transformaram a política da Rússia, resultando na total eliminação da família real Romanov e a saída da Rússia da guerra assinando o Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha, de modo que abriu a possibilidade de uma vitória da Tríplice Aliança.
    Em abril, os Estados Unidos da América, entra no segundo tempo da guerra para substituir a Rússia, visto que era o maior fornecedor comercial para os países da Tríplice Entente, os quais tinha mais de dois bilhões de dólares em divida com os empresários norte-americanos, estes, que receberiam tal valor depois da guerra. Entretanto, se a Tríplice Entente perdesse a guerra todo esse dinheiro que os americanos receberiam iria por água a baixo, então, os Estados Unidos entra no confronto, sem nenhuma grande experiência de guerra, mas que mesmo assim tinha potencial para ser uma grande potencia militar, como se tornou hoje em dia. Estiveram inicialmente sob comando dos franceses e nas últimas semanas decidem lutar por si só na guerra, posando nas fotos como grandes heróis.

- O Apagar do Fogo.

    Os alemães buscaram jogar todas as suas forças na frente ocidental contra a França, só que, começaram a ficar isolado, comprometendo o abastecimento do país. Em julho de 1918, as forças Ententes iniciaram na França uma grande ofensiva contra os alemães, estes que começaram a recuar. Em setembro, a Bulgária se rende e em outubro o Império Turco-Otomano se rende. No mês de novembro, o Império Austro-Húngaro se desintegrou em Áustria e Hungria, estes que se renderam assinando armistícios (acordos de cessar-fogo). No dia 9 de novembro de 1918, surge uma revolução republicana na Alemanha, o kaiser Guilherme II decide fugir e no dia 11, o novo governo alemão assina um armistício com os Ententes.

George Lucks. Armistice Night (1918), óleo sobre tela. 94cm x 173,7cm.


- Os Tratados Pós Guerra. 

    A Alemanha assinou o armistício na expectativa de que as consequências a serem pagas seriam as indicadas nos “14 Pontos” de Wilson, que foi o tratado de paz elaborado pelo presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, com 14 propostas pós guerra, mas acabou sendo rejeitado pelos vencedores, por se tratar de ser uma proposta mais conciliadora que buscava não punir exageradamente os derrotados e tinha também pontos que beneficiavam os Estados Unidos. O Tratado de Versalhes que era um conjunto de tratados, foi o aceito, principalmente pelos vencedores que com o desejo de vingança e gosto de sangue na boca, declararam que unicamente a Alemanha era responsável por toda guerra.
    Desta forma, a Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada, ficando proibida de possuir força aérea, não poderia ter fábrica de armas e nem possuir um exercito superior a 100 mil homens, perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França, toda a região da Alsácia e Lorena, ceder suas colônias, submarinos e navios mercantes a Inglaterra, França e Bélgica, além de pagar os prejuízos da guerra aos países vencedores, estimado em uma indenização de 33 bilhões de dólares.  Tal tratado que estrangulou fortemente a Alemanha, gerando um profundo ressentimento entre os alemães, responsável em grande parte pela ascensão de Hitler ao poder, o que culminaria futuramente à Segunda Guerra Mundial. 

- Consequências.

    Além de todo o caos, destruição e os 11 milhões de mortos que a guerra causou ao mundo, suas principais transformações e consequências foram:
  • A Mudança no Mapa da Europa: Algumas entidades europeias deixaram de existir, um exemplo disso são o Império Russo, o Império Otomano, o Império Austro-Húngaro e o Império Alemão.


  • Na Questão Econômica: A guerra causou um crescente desequilíbrio entre a produção e o consumo, manifestando uma crise econômica que se apresentou em forma de inflação. Marcando o declínio da Europa e o grande desequilíbrio social.

  • Surgimento dos Regimes Totalitários: O "comunismo" na esquerda política e o fascismo na direita.

  • Ascensão dos EUA como a maior potência mundial.

  • Criação da Sociedade das Nações: Tinha como objetivo servir de espaço para discussões entre as nações e assim evitar futuras guerras.
     

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Os Dois Carnavais de 1912

 

Foto da revista O Malho, de um dos carnavais de 1912. 

    No ano de 1912, ainda no período da República Oligárquica, o folião brasileiro celebrou dois carnavais, a causa disso foi a morte do ministro da Relações Exteriores Rio Branco, faltando uma semana para começar o festejo na data tradicional. Pontuamos então algumas coisas para entendermos melhor como toda essa fanfarra aconteceu.

- Rio Branco, o herói nacional.

   Tendo seu status de herói nacional, reconhecido a partir de documentos históricos guardados no Arquivo do Senado, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, foi um jornalista, político, diplomata brasileiro e ministro das Relações Exteriores do Brasil, sendo considerado uma lenda devido seu "tato delicadíssimo" em resolver problemas nacionais com o exterior, a ponto de em 1904 ser aprovado um projeto de lei que lhe concedia uma pensão vitalícia em reconhecimento aos seus serviços prestados. 
     Os principais feitos e acontecimentos da sua vida foram: 

  • Concluiu o traçado das fronteiras do Brasil, que até então contava com algumas linhas pendentes.

  • Como diplomata, sem ser ministro ainda, ele atuou em movimentos internacionais para incorporação de algumas localidades ao território brasileiro, como o atual oeste de Santa Catarina, que era disputado pelo Argentina em 1895, a área referente ao Amapá, Roraima, o norte do Pará e o norte do Amazonas, que eram disputados pela França, em 1900.   

  • Mediante seu sucesso nas missões anteriores, em 1902, ele foi convidado pelo presidente Rodrigues Alves, para tornar-se ministro das Relações Exteriores.

  • Em 1903, conseguiu integrar o território do Acre ao Brasil, a partir de algumas negociações com a Bolívia e o Tratado de Petrópolis. 

  • Somando toda a área que Rio Branco ganhou para o Brasil, agregando ao seu território, seria equivalente a toda a Região Sul do país mais o estado de Pernambuco.

  • No ano de 1910, o ministro foi convidado por políticos de São Paulo para concorrer à Presidência da República, mas ele acabou não aceitando e em seu lugar, entrou Ruy Barbosa, que acabou derrotado pelo marechal Hermes da Fonseca.

  • Faleceu no dia 10 de fevereiro de 1912, com 66 anos, devido uma insuficiência renal, deixando o Brasil todo de luto.

  • Para homenageá-lo, foi dado o seu nome à capital do estado do Acre e meses após a sua morte, o Senado e a Câmara autorizaram o governo federal a gastar mais de mil contos de réis para construção de um monumento em sua homenagem.

- O Luto Carnavalesco.

    Com a morte de uma figura brasileira importante faltando uma semana para o Carnaval, o país caiu em luto e lamúrias pela perda de alguém importante para a história brasileira, muitos clubes em sinal de respeito a Rio Branco adiaram os bailes carnavalesco para abril. Entretanto, muitos brasileiros não aderiram totalmente a esse luto e caíram na gandaia em fevereiro, seguindo o calendário normal do Carnaval e repetindo os festejos em abril, com outros cinco dias de duração.
    Na capital da República, Rio de Janeiro, muitos fizeram fila no Palácio do Itamaraty para o velório do ministro Rio Branco e acompanharam seu caixão até o Cemitério do Caju. Devido a toda essa tristeza carioca e brasileira, alguns clubes que organizavam bailes, decidiram cancela-los e remarcá-los para a semana da Páscoa, pois, acharam que seria desrespeitoso promoverem os festejos carnavalescos nesse período após a perda de alguém importante para os brasileiros. 
    Contudo, para alguns foliões, todo esse tempo de espera até abril seria torturante, então eles concluíram que uma semana de luto já seria suficiente e nisso no sábado de carnaval se  fantasiaram e foram para as ruas se celebrar o Carnaval. 
    "Passado" o luto e a Quaresma, veio a segunda onda carnavalesca, dessa vez contando com festejos mais diversificada do que no primeiro, visto que, os foliões puderam se divertir tanto nas ruas quanto nos bailes nos clubes.

    Mediante tudo que foi apresentado, podemos entender como o ano de 1912 foi 2x mais festejado pelos brasileiros. Tais festejos em dobro, consequentes da morte de um ministro. O Brasil sendo o Brasil.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

A Influência do Cangaço e de Padre Cícero

Vlamir de Sousa Silva. Pintura da Exposição “No Rastro do Cangaço" (2018), óleo sobre tela. Dimensões desconhecidas.

- O Cangaço

     Representou um fenômeno social ocorrido no nordeste do país, com maiores concentrações nos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará, durante os séculos XIX e XX. Se tratou de cangaceiros, grupos de nômades armados que viviam em bandos, que demostravam, agressivamente, suas insatisfações pelas condições precárias em que a maior parte da povo nordestino se encontrava, visto que, o poder estava concentrado nas mãos dos oligarcas. 
     Têm-se bastante no imaginário popular, que os cangaceiros eram os "heróis do sertão", só que a realidade é outra, muitas vezes os cangaceiros trabalhavam para os senhores e não para desfortalecer eles, como muito se acredita. Dessa forma, quem mais sofreu contra eles foi a população humilde, que não tinham meios de se defender deles. O relacionamento entre cangaço e população muitas das vezes era bem violento e autoritário, ainda tendo a questão de em algumas ocasiões, a população era vista pelos cangaceiros como inimigos, visto que, estavam a prontos para entrega-los a polícia quando fosse necessário, mesmo ocorrendo troca de favores entre eles. 
     Conhecidos como Rei e Rainha do cangaço, Lampião e sua esposa Maria Bonita, foram dois  ícones do movimento cangaceiro. Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, nasceu em na cidade de Serra Talhada, Pernambuco. Foi ex-coronel da Guarda Nacional e passou por quase todos os estados do nordeste lutando. Maria Gomes de Oliveira, vulgo Maria Bonita nascida em 1911, foi a primeira mulher a participar do grupo, a qual lutou bravamente e ficando conhecida como a Rainha do Cangaço". Ambos foram brutalmente assassinados numa emboscada no dia 27 de julho de 1938 preparada pelas autoridades, na época governados por Getúlio Vargas, tendo suas cabeças e de seus companheiros expostas como prêmios; e somente em 24 de maio de 1965 as cabeças foram enterradas. A morte dos líderes significou o fim do movimento cangaceiro, visto que muitos de seus companheiros se entregaram às autoridades com medo de também serem degolados.


Adriano Santori. Lampião e Maria Bonita na Florada dos Ipês (2016), óleo sobre tela. 130cm x 80cm.

- O Padre Cícero

     Cícero Romão Batista, importante líder nordestino, nasceu em 1844, no estado do Ceará. Foi um padre de origem humilde, que saindo do seu seminário recebeu uma paróquia em Juazeiro do Norte, no Ceará, paróquia essa que começou a prospera, levando até pessoas de outros estados a irem frequentar e conhecer. Cícero desenvolveu obras sociais que auxiliava bastante os mais necessitados, além disso era conhecido como "milagreiro", pelos milagres da hóstia que sangrou na boca de uma fiel e do seu boi milagreiro, o boi mansinho, que curava as pessoas quando tocavam nele. Padre Cícero, conhecido também como "Padim Cíço", ganhou grande adoração popular, vindo a se tornar prefeito da cidade de Juazeiro do Norte, ajudando a pequena cidade a ser emancipada. Cícero transformou um "distritozinho" em uma grande cidade do Ceará, isso na época gerou um certo balanço no poder oligárquico da região, causando um descontentamento aos políticos tradicionais da oligarquia, esses, decidem em 1913 promover um golpe ao padre, tirando o da prefeitura. Contudo, com medo de que essa movimentação pudesse vir a se tornar uma revolta igual a do contestado, que estava acontecendo na época, eles decidem trazer de volta o padre para comando da prefeitura de Juazeiro do Norte. 

Iúrio Nascimento. Ilustração de Padre Cícero (2021).

- Algumas Curiosidades:

  • Jesuíno Brilhante é conhecido como o primeiro cangaceiro, tendo atuado na época que o Brasil ainda era Império. Ou seja, o cangaço não foi um fenômeno exclusivamente do período republicano, de forma que, foi na República que ele sofreu algumas transformações e adquiriu maior força. 

  • O cagaço também ficou conhecido como banditismo social, pelo fato de seus integrantes tirarem as riquezas das pessoas que na época eram ricas e compartilhando-as com os menos favorecidos, meio que um sinônimo da história de Robin Hood. Eles apresentavam a ideia de que todos deveriam ter as mesmas riquezas, proclamando a não existência de desigualdades. Contudo, este fato pode acabar confundindo alguns levando-os a crer que tais criminoso eram a todo momento heróis, sendo que na verdade, muitos cangaceiros tinham como objetivo ser o mais ricos que conseguissem.

  • Padre Cícero acabou sendo excomungado pelo papa, acusado de mistificação e heresia, sendo punido com a suspensão de ordem, em 1894. Inconformado, ele se dirigiu até Roma, em 1898, conseguindo então uma reconciliação parcial com a Igreja, sendo absolvido pelo papa Leão XIII, mas continuou proibido de celebrar missas. Entretanto, em dezembro de 2015, a Igreja Católica, por intermédio do Papa Francisco, emitiu um documento que perdoava o padre pelas punições.


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